segunda-feira, 25 de junho de 2012

Adeus.

             Hoje soube que o impossível é possível e que o possível nem sempre está ao nosso alcance… O que o nosso coração sente, não é aquilo em que as mãos tocam… O que os nossos olhos vêm não é mais que uma ilusão…

            Porque as nossas mãos são impuras e desfazem tudo aquilo em que tocam… Porque são curiosas e não respeitam o espaço dos outros e tornam impuro o que era imaculado…

            Os nossos olhos não vêm mais do que aquilo que, na realidade, desejam e querem ver, e são parciais e não nos deixam distinguir o bem do mal. Vêm os sonhos, a imaginação, mas jamais deixam que isso se transforme numa verdade palpável diante de nós.

            Desejava tocar-te, aqui e agora!

            Desejava poder sentir-te… com estas mãos que tudo tornam impuro. Mas tenho medo… medo que te desagregues como num sonho altivo, que jamais poderá atingir os limites saudáveis da sanidade…

            Desejava saber que, apesar de tudo, continuas aqui. Que continuas a olhar por todos nós e que não tens medo, que és forte e que estás bem.

            Gostaria de poder dizer-te “Amo-te!”, ou um simples “És essencial à minha felicidade”, teria feito toda a diferença, e tenho pena de não aproveitar melhor, de não dizer constantemente às pessoas que sem elas a minha vida não seria vida… Mas não consigo, a minha essência não é feita dessa massa e o sentimentalismo não habita em mim.

            Perguntei muitas vezes a mim própria se um coração de pedra poderia algum dia chegar a bater, ou se um que bate, ainda que lentamente ou até mesmo desenfreadamente, pode um dia silenciar-se para sempre.

            Sei que estás inscrito, não só nas asas do céu, mas nas minhas também. Sei que te levo comigo, nem sempre presente, mas sempre sentido.

            Sei que devo continuar e lutar, mas não sei, nem consigo apagar a recordação tão viva que trago dentro de mim…

            Adeus… sei que te recordarei. Sempre.

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