Cita #12

"Estudando o seu reflexo, experimentou uma picada de desconforto familiar: não conhecia a mulher que olhava para ela. Mas talvez o seu desconforto tivesse origem no facto de conhecer a mulher no espelho demasiado bem, e os seus pormenores não declarados não serem assim tão lisonjeiros. 

Então quem é que ela era?"

Flamingos Perdidos de Bombain

Reading #6

    "E acabamos fatalmente por desembocar na pergunta essencial, que se encontra por detrás de todas as outras quando todas as outras se afastam ou foram afastadas e que é, se me permitem, Quem sou eu?. Interrogo-me e a resposta consiste, obcecantemente, invariavelmente, assim: Uma Merda."

Memória de Elefante, António Lobo Antunes

   Quando lês um livro como este e te apercebes, lá pelo meio, que te identificas demasiado com aquela personagem depressiva, com baixa auto-estima, de vida destruída, solitário, egocêntrico e, acima de tudo, miserável, isso não pode ser, de certo, um bom sinal.

   Quando lês um livro como este e te apercebes o quanto aquelas palavras podiam ser tuas, chego à conclusão que muita coisa na minha vida deve ser repensada. Porque, quando lês um livro como este e te apercebes do quanto aquela personagem podias ser tu, de uma coisa estou certa: talvez eu não esteja assim tão feliz. 

 (a minha pasta de rascunhos está cheia de citações deste livro... não se admirem que elas continuem a surgir por aqui)

Afraid of new things.

   "E se a bolha estourar?

   O que acontece se o mundo cor-de-rosa voltar a ruir, se a redoma se danificar?

   Temo as mudanças. São, para além da morte, o meu maior medo. Por muito que deseje que algo mude, tenho medo que tudo fique pior e fecho-me no que tenho no 'agora', sem querer perceber todo o mar de possibilidades que me estendem.

   Daqui a 2 meses, o meu futuro estará à beira de ser decidido. E essa decisão não depende só de mim. Ainda que, em menos de 15 dias, eu dê um passo de gigante nessa direção. A do que há-de vir.

2013-Julho-04

Listening #10

(uma das coisas que mais gosto na blogosfera é que consegue sempre trazer à tona certas recordações importantes que sinto necessidade de [voltar a] partilhar. Esta é claramente uma delas)

Há algumas músicas (vá, três em especial) que me fazem logo voar até Março. 

Esta é especial. Em vários aspetos. Tantas memórias, tantas vivências num espaço tão curto de tempo.

Acho que, sempre que a ouvir, todos aqueles momentos serão revividos. E é isso mesmo que quero: mantê-los bem acesos aqui dentro.

"Light a fire, a fire a spark

Light a fire, a flame in my heart

We'll run wild

We'll be glowing in the dark"

Charlie Brown, Coldplay

  

 

(parece-me que toda a gente que foi para Calpe nos últimos dois anos vai entender muito bem este post )

 

My life. Read again: MY life.

   A pressão dos últimos meses deixa-me atarantada. No mínimo, faz-me ter ainda menos vontade de decidir. Faz-me perceber que ultimamente não vivia, apenas vegetava. Orbitava em torno das exigências dos outros, das suas imposições.
   Mas agora... agora digo NÃO! Quem decide sou eu. Eu escolho. Eu arco com as consequências. Eu reflito. Eu saberei o que me faz feliz. E se, na eventualidade, não souber, paciência. Não me arrependerei e apenas voltarei atrás e remendarei o erro.
   Minha vida. Minhas escolhas. Alguém devia, seriamente, dizer-lhe isto.

 

"Tenho passado estes últimos meses a passar estes últimos meses. Mais nada, e uma muralha de tédio com cacos de raiva em cima."   

Cartas de Fernando Pessoa a Armando Côrtes-Rodrigues