domingo, 16 de dezembro de 2012

Imagens também têm direito a palavras #1


    Sorrir?
   Talvez sim. Ou talvez não. Na verdade, não sei. Vale a pena mostrar um sorriso, mesmo que ele seja apenas superficial, mesmo que não seja sentido? Vale a pena mentir aos outros, mostrando-lhes algo que não é real? Vale a pena fazer algo, demonstrar algo, só para agradar ao outro?
   Quando a alma não nos permite sorrir com vontade, verdadeiramente, devemos fazê-lo apenas porque sim?
   Eu acho que não. Acho que um sorriso falso é o início do fingimento, da mentira. Acho que é assim que o ser humano perde a inocência. Alguém vê uma criança com um sorriso falso? Dificilmente. É a partir do momento em que começamos a perceber que os outros nos 'lêem' através das nossas expressões, do que dizemos, que começamos também a autoproteger-nos, a criar um escudo, a aparentar um estado de alma oposto ao que realmente sentimos.
   Porque perdi a capacidade de sorrir apenas quando me apetece? Não sei. Mas chego à conclusão de que, se isto faz parte do processo de crescimento, talvez prefira ser criança indeterminadamente.
   Sorrir?
   Talvez sim. Ou talvez não. Ainda que fingido, talvez alegre o sorriso de alguém.

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