segunda-feira, 6 de agosto de 2012

E espero...

                 Espero. E o tempo corre, que o maldito não gosta de ficar parado.

            Escrevo. E as palavras fluem com mais naturalidade, quiçá estimuladas pela necessidade de ordenar o que, na cabeça, são apenas e só pensamentos aleatórios.

            Espero. E o tempo passa, enquanto que o seu ritmo de passagem me parece demasiado lento e agoirento.

            Entristeço. E as lágrimas desinibem-se e correm pelo rosto como numa corrida sem fim.

            Espero. E o tempo desespera-me e não sei mais o que esperar ou não sei mais pelo que espero.

            Emudeço. E as palavras ficam presas na garganta e talvez verbalizadas perdessem todo o seu sentido.

            Espero. E, aos poucos, a harmonia invade-me e a calma abunda. Espero. E, aos poucos, a dormência substitui a harmonia.

            Enregelo. E deixo de sentir, deixo de pensar. Os pensamentos desordenados caem ao chão, inertes, para nunca mais ressuscitar.

            Espero. E espero. Pelo fim. Em que já não escrevo e, por isso, enregelo, emudeço, entristeço e, no final de tudo, apago.


03-08-2012

               

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