Escrevo. E as palavras fluem com
mais naturalidade, quiçá estimuladas pela necessidade de ordenar o que, na
cabeça, são apenas e só pensamentos aleatórios.
Espero. E o tempo passa, enquanto
que o seu ritmo de passagem me parece demasiado lento e agoirento.
Entristeço. E as lágrimas
desinibem-se e correm pelo rosto como numa corrida sem fim.
Espero. E o tempo desespera-me e não
sei mais o que esperar ou não sei mais pelo que espero.
Emudeço. E as palavras ficam presas
na garganta e talvez verbalizadas perdessem todo o seu sentido.
Espero. E, aos poucos, a harmonia
invade-me e a calma abunda. Espero. E, aos poucos, a dormência substitui a
harmonia.
Enregelo. E deixo de sentir, deixo
de pensar. Os pensamentos desordenados caem ao chão, inertes, para nunca mais
ressuscitar.
Espero. E espero. Pelo fim. Em que
já não escrevo e, por isso, enregelo, emudeço, entristeço e, no final de tudo,
apago.
03-08-2012
Sem comentários:
Enviar um comentário