Os antepassados tinham descoberta aquela catadupa. A água límpida escorria pelas pedras luzentes e ao longe ouvia-se o estrondo dos relâmpagos de uma tempestade primaveril.
Todas as jovens da família haviam recorrido àquele refúgio em momentos críticos. A avó deixara esse testemunho: por momentos, quisera fugir à autoridade paterna que a obrigava a casar com o primo barbudo e obeso.
A história repete-se! As mesmas indecisões, as mesmas dúvidas, os mesmos medos, as mesmas fragilidades femininas, a mesma pressão: casar ou fugir!
Tantos anos passados, tanto estudo, tanto discernimento, tanta liberdade, o mesmo jugo do dever.
Num raio de clarividência, a decisão está tomada: jamais, jamais, jamais! O espaço tinha sido propício ao momento de lucidez.
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